Stella Jean pressiona grifes a lutarem pelo movimento ‘Black Lives Matter’
Liderada por Stella Jean; única estilista negra no conselho de moda da Itália; criativos e designers exigem uma “reforma cultural” em prol da diversidade racial no mundo da moda.
A COURO50 acompanha a luta da estilista e seus aliados contra a desigualdade racial dentro do mercado da moda na Itália e como forma de apoio vamos divulgar aqui no nosso blog essa matéria que vai te ajudar a entender o que a estilista propõe para acabar com esse preconceito.
A nova cor da moda italiana
A estilista italiana-haitiana nascida e criada em Roma, Stella Jean, fez uma carta manifesto sobre o assunto: Racismo na indústria da moda italiana.
Segundo a própria estilista a carta não é um simples protesto e sim uma maneira de abrir portas para os afro-italianos que sonham em trabalhar na indústria da moda, que não são representados e que não enxergam um caminho de entrada.
Com a reforma cultural os jovens designers negros terão acesso às escolas de moda italiana e maiores chances de mostrarem seus talentos.
Mais de 100 empresas compõem a Camera Nazionale della Moda Italiana mas Jean disse que sua empresa é a única dirigida por negros.
A carta co-assinada por Edward Buchanan, um designer americano radicado em Milão, exige apoio da Camera Nazionale della Moda Italiana sobre o assunto, onde executivos de marcas como Gucci, Dolce & Gabana, Prada, Marni, Ferragamo e Zegna também fazem parte.
O apoio das marcas famosas ao ‘Black Lives Matter’
Segundo Edward, as marcas de luxo da moda estão enfrentando o desafio do racismo, a estilista Stella Jean aponta que nas redes sociais as marcas como Dolce & Gabana, Prada e Gucci já começaram a apoiar o movimento cultural Black Lives Matter e diz que “estamos no início de mudança na cultura interna para uma maior diversidade racial”.
Empresas que se inspirarem na “cultura negra” poderão ter o auxílio de uma organização chamada “Made in Africa” que fornecerá uma lista de artesãos africanos, fazendo com que as marcas “não criem coleções simplesmente inspiradas na África”, mas que sejam “criadas conscientemente com a África”.
Unindo forças
O pedido de apoio que consta na carta manifesto se pronuncia em nome de dezenas de pessoas que não quiseram ser identificadas por medo de linchamento profissional, mas que incluem designers afro-italianos e italianos.
Michelle Ngonmo, que criou a “AFRO Fashion Week de Milão” e Louis Pisano, um escritor e influenciador que trabalha com a moda italiana há uma década, também se uniram a estilista Stella Jean.
Michelle teve que lançar o projeto criado por conta própria após não receber apoio da indústria da moda na Itália, já Pisano citou incidentes como “revisão cautelosa de seu convite para desfiles de moda” enquanto colegas brancos circulavam sem problemas.
Novo evento para uma nova cultura
Stella Jean pediu ao presidente do conselho de moda da Itália Carlo Capasa, para sediar um evento “Black Lives Matter” dando início ao “lançamento imediato de uma reforma cultural da moda há muito esperada”.
Uma observação frequente dos criativos afro à moda italiana é que eles costumam ser as únicas pessoas de cor em seu local de trabalho, dizem também que suas oportunidades e acessos são limitados devido à cor da pele.
“Queremos enviar um currículo a um olheiro e saber que não será recusado, porque é de um designer negro”, disse Buchanan.
Capasa, disse que o conselho produzirá dados sobre a diversidade dentro das casas de moda e que um relatório de progresso sobre o manifesto da diversidade será realizado em dezembro.
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